Atribulava-me
considerar que aguardava ansiosamente pelas quintas-feiras. Arrastava-me em
horas enfadonhas pelos corredores do escritório, e finalizava um dia cardíaco
com frivolidades sociais. Tardei a convencer-me do óbvio: eu não pertencia
aquele lugar.
Passaram-se
alguns anos, e ainda lembro-me das escolhas impetuosas, nocivas e arbitrárias.
Hoje é quinta-feira, e já é quase meia noite.
Desvio o olhar do computador, abro o frigobar e procuro por algo doce,
mas só tem água. Recordo que fiz o dia de hoje sem horas, e aproximei-me de
cada cortejo proporcionado pelo tempo que insistia em fazer-se infinito.
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