Ela costumava
debruçar-se mais sobre o amanhecer das coisas. Coisa de quem nasce e não dorme.
E com o típico rigor espartano, entardecia rapidamente, mas não desmanchava
prazeres.
Preferia o sol ao
tempo que corre no quarto e, antes de adormecer, não era surpresa que gostasse
de conversar com os próprios botões. Contar carneirinhos, ler um bom livro,
olhar pela janela umedecida de orvalho. Rituais que seguia.
O sono nunca aparece
para quem persegue palavras esquecidas no corredor.