Aquele mormaço vindo do nada,
esgueirou-se pelo chão quente,
onde eu estava confinada.
Adentrou pela fechadura da porta
e caçoou das minhas palavras improvisadas.
Todos os tratados mancomunados "fizeram as malas".
De destino não mapeado,
e cega aos sorrisos sarcásticos, a fala.
E o mormaço feito de sentimentos mal digeridos,
e surdo aos próprios bramidos, de gala.
terça-feira, 27 de março de 2018
sexta-feira, 23 de março de 2018
Coisa dela
Tentei ficar por aqui tão logo espiei o lugar.
Aqui, do alto, sempre foi mais fácil olhar,
Vespas, luzes, clarão.
Desse lado, não há nada parecido com as coincidências de ontem.
Mas ainda avisto o passado pela frente, desolado, como anteontem!
Do lado de lá, as certezas rangem os dentes.
Todas elas, esmeradas, carrancudas e prepotentes.
De peito aberto, ajuntei as dores e descansei das longas horas na sala de espera.
A minha voz é alta e impera
E sofre de melancolias ampliadas, "coisa dela".
Aqui, do alto, sempre foi mais fácil olhar,
Vespas, luzes, clarão.
Desse lado, não há nada parecido com as coincidências de ontem.
Mas ainda avisto o passado pela frente, desolado, como anteontem!
Do lado de lá, as certezas rangem os dentes.
Todas elas, esmeradas, carrancudas e prepotentes.
De peito aberto, ajuntei as dores e descansei das longas horas na sala de espera.
A minha voz é alta e impera
E sofre de melancolias ampliadas, "coisa dela".
sexta-feira, 16 de março de 2018
Confira o vídeo da abertura da mostra "Donas de Si"!
Estou participando da exposição "Donas de Si" que é I Mostra em Homenagem ao dia Internacional da Mulher da Vestigium ArtGallery.
A vernissage ocorreu no dia 09 de março, e ficará em cartaz até o dia 07 de abril. Confere lá!
Abaixo, o vídeo da vernissage.
A vernissage ocorreu no dia 09 de março, e ficará em cartaz até o dia 07 de abril. Confere lá!
Abaixo, o vídeo da vernissage.
quarta-feira, 7 de março de 2018
Impermanências
Se tiveres um plano para me esquecer,
lembre-se que um dia tudo vai passar.
As horas de hoje; o dia de amanhã, e o meu tênis vermelho que esqueci ontem por aqui.
Já confessei a ti que jorra sangue entre as minhas pernas, enquanto desbota toda a cor do meu vestido verde (tão curto quanto as minhas permanências).
Eu já não quero trançar os cabelos para te ver passar, de tão longos e soltos os meus dias.
Então, só te restarás partir, assim sem pedir licença; sair de perto de mim, assim sem demora.
É que eu não sou mais daqui, e não pertenço a ti.
Se fugires, talvez não sofrerás mais com o meu riso frouxo e meus atrasos permanentes.
Mas, se tiveres um plano para me esquecer, lembre-se que um dia tudo, tudo vai passar.
As horas de hoje; o dia de amanhã, e o meu tênis vermelho que esqueci ontem por aqui.
Já confessei a ti que jorra sangue entre as minhas pernas, enquanto desbota toda a cor do meu vestido verde (tão curto quanto as minhas permanências).
Eu já não quero trançar os cabelos para te ver passar, de tão longos e soltos os meus dias.
Então, só te restarás partir, assim sem pedir licença; sair de perto de mim, assim sem demora.
É que eu não sou mais daqui, e não pertenço a ti.
Se fugires, talvez não sofrerás mais com o meu riso frouxo e meus atrasos permanentes.
Mas, se tiveres um plano para me esquecer, lembre-se que um dia tudo, tudo vai passar.
terça-feira, 6 de março de 2018
Próxima parada
Já
era fim da linha quando paramos em frente a uma “bodega” que vendia panelada
aos fins de semana. De tempero forte e longa
cozedura, o prato e eu. O motorista, distraído, não parou quando dei o sinal, e
eu só queria ir atrás das minhas inexistências. A paneleira até desconfiou do
meu olhar delongado pela sua calçada. É que hoje acordei sem café e sem afeto,
dando voltas numa cidade que ainda não conhecia. Longe dali, pelo janelão, só
avistava pessoas sem lugar e sem história. Talvez vultos que definham. Faces
que escapam a memória. E, aqui dentro, eu era tão invisível para o meu
companheiro de viagem, quanto os pontos de resistência de quem queria descer na
próxima parada.
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