quarta-feira, 6 de junho de 2018

Dos meus inteiros

A flor da dor de Danillo Lima (releitura de Edvard Much)
Todos os meus inteiros acolhem pedaços de mim,
e sagram pendurados no varal lá de casa,
colorindo os meus lençóis de cetim. 
Todos os meus inteiros ajuntam surrados pudores.
tal é a minha tinhosa ojeriza
do hálito fétido desses acirrados inquisidores.

Todos os meus inteiros são filhos do pai,
e guiados pelos suores cartesianos,
atravessam as idades, sem mais.

Todos os meus inteiros cresceram assim;
sem os sagrados virginais cor de carmim,
e das horas maternas dos partos.
Coitada de mim!

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