Alienados
e letárgicos, insistimos em sustentarmos aquilo que éramos, enlaçados em nossos
próprios dogmas noturnos, inconscientes do real. Contudo, ao abrirmos os lumes,
somos absorvidos pelo ímpeto de livrar-se daquilo que já não nos serve mais.
Caminhantes
e lúcidos, transgredimos a própria história, a fim de perder o que não é mais
necessário. É imprescindível perder, perder-se e desconhecer-se. As mariposas
prenunciam que desfazer-se do que nos conserva, rompendo os invólucros, nos
leva a novas aquisições e amadurece os nossos sentidos, tão oblíquos.
Afinal,
elas trazem presságios funestos e, atraídas pela luz, rodopiam numa valsa
desconcertante, tão breve quanto a sua própria vida. Talvez, o caminho seja
entrar e sair de casulos para pousar silenciosamente de asas abertas.
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